E o brasil foi descoberto, mas debaixo da coberta,

A família Stampowisky já estava aqui.

 

E Dom José Stampowisky já desceu galeão,

E logo viu como isso poderia ser bom.

Ter seu próprio vilarejo, num lugarejo sertanejo,

Escravizasse quem passasse,

E lhe pregava um sermão.

 

Família real desembarcou,

O império se decodificou,

Acabou a escravatura mas ficou a escravidão.

A república proclamada,

A coisa foi reclamada,

E a família Stampowisky também reclamou.

​

Mariazinha Stampowisky recatada e do lar,

Não sabia nadar nem trabalhar.

Casou com Plínio da Silva, jovem garboso e descolado,

Desempregado, logo virou deputado.

 

E tudo melhorou,

Plano saúde foi quitado,

Lagosta, gasolina, paletó e pó.

Fizeram logo um acerto,

Tudo se completou,

E a família Stampowisky sempre lhe ajudou.

​

Até que alguém teve a ideia,

Brasília foi construída,

Melhor assim, ninguém chega perto de mim.

Democracia e ditadura,

E uma derrota no senado,

E é família Stampowisky pra todo lado.

 

Jack Stampowisky era um cara,

Que vivia debaixo d’água,

Sem ter medo de se afogar.

Entrava hora e sai hora, bota a cabeça de fora,

Mas logo volta a se afundar.

​

Esse menino não tem jeito,

Jeito nem pra prefeito,

Quem sabe no gabinete de algum vereador.

Esse é o cara, com certeza vai arrebentar,

Como um quase terceiro vice carimbador.

 

É bom pra você saber,

Brasil não é pra amador,

Felicidade, tristeza, cerveja e dor.

Você vai levando mesmo assim,

Mas isso não tem fim,

Porque a família Stampowisky sempre esteve aqui.